A Operação Eclipse, deflagrada na manhã de ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais temida organização criminosa do país, 'adotou' municípios do oeste paranaense, principalmente Tupãssi e Toledo, como locais para lavagem de dinheiro obtido com a prática do tráfico de cocaína em São Paulo.
Ontem, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em cidades do Paraná e de São Paulo, principalmente os dois municípios paranaenses já citados e Santo André, no ABC paulista. A operação é fruta de investigações desenvolvidas pelo Gaeco de Cascavel, também no oeste paranaense.
De acordo com as investigações, entre os cabeças do grupo estão um dos traficantes mais procurados do Brasil, preso no mês passado em Mogi das Cruzes (SP) num laboratório para refinamento de cocaína. A companheira dele, que já havia morado em Tupãssi, é quem teria comandado as operações de lavagem de dinheiro, comprando propridades rurais, maquinários agrícolas e insumos para estabelecer plantações de soja e milho para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas
O Gaeco conseguiu identificar um patrimônio superior a R$ 13 milhões, com seis propriedades rurais e 16 imóveis urbanos em Tupãssi e São Paulo, além de dez veículos, oito maquinários agrículas, oito caminhões e uma série de empresas, também utilizadas para lavar dinheiro.
As contas bancárias dos investigados foram bloqueadas, ao passo que os veículos foram apreendidos e os bens imóveis, sequestrados. Para que a operação fosse deflagrada, o Gaeco investigou os suspeitos por mais de um ano, tendo interceptado mais de 20 mil ligações telefônicas, além de realizar diligências.