quarta-feira, fevereiro 28, 2018

Irmão de ex-deputado André Vargas é preso por determinação de Moro para início de cumprimento de pena

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, ordenou a prisão de Leon Denis Vargas Ilário, que é irmão do ex-deputado André Vargas, para início do cumprimento de pena.

Segundo o advogado Alexandre Augusto Loper, Leon se apresentou espontaneamente na sede da PF, em Curitiba, nesta segunda-feira (26). O mandado de prisão foi expedido por Moro na quinta-feira (22).

Leon Vargas foi alvo da 11ª fase da Operação Lava Jato e foi condenado a 11 anos e quatro meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em agosto de 2015.

Na mesma ação, também foram condenados André Vargas e publicitário Ricardo Hoffmann. André está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e Hoffmann foi solto em janeiro de 2016 por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme a sentença, "a prática dos crimes de corrupção envolveu o pagamento de propinas de pelo menos R$ 1.103.950,12 por intermédio de contratos de publicidade firmados com a Caixa e o Ministério da Saúde".

Entenda como funcionava o esquema

Segundo as investigações, Ricardo Hoffmann, que era dirigente da agência de publicidade Borghi Lowe, ofereceu vantagens indevidas para que o então deputado André Vargas interviesse para que a empresa fosse contratada para realizar serviços para a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde.

Em contrapartida, Hoffmann orientou as empresas subcontratadas para executar os serviços para que depositassem os valores referente às comissões de bônus de volume em contas controladas por empresas de fachada de André Vargas e seus irmãos, Leon e Milton Vargas.

O bônus de volume é uma prática corriqueira no mercado publicitário, e representa na prática uma comissão que as subcontratadas para execução de serviços pagam para a agência de publicidade que as selecionou.

Segundo Moro, depoimentos de representantes destas empresas subcontratadas ao longo do processo reforçaram a tese de que Hoffmann havia pedido que os bônus fossem pagos às empresas dos irmãos Vargas, e não à Borghi Lowe.