quarta-feira, fevereiro 07, 2018

Denúncia feita por Nereu Moura contra Beto Richa é manchete na imprensa dez meses depois.

O jornal Gazeta do Povo trouxe na edição desta terça-feira, 7 de fevereiro, a informação de que o governador Beto Richa (PSDB) pagou R$ 870 mil por horas de voo em que helicóptero para transporte exclusivo não saiu do chão.

O líder do PMDB na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Nereu Moura, já alertava, em abril do ano passado, para o mau uso do dinheiro público.

À época, o parlamentar denunciou em pronunciamento no Legislativo uma série de irregularidades nos contratos de locação de aeronaves para deslocamento do governador e convidados.

“Em cinco anos, o Executivo estadual vai gastar R$ 49,9 milhões no aluguel de um helicóptero e um jatinho”, informava Nereu Moura.

O contrato do Governo do Paraná com a Helisul , em vigor desde 2013 e que prevê o aluguel de um helicóptero, traz a cláusula que assegura o pagamento mínimo de 40 horas de voo por mês, mesmo se o período voado, de fato, for inferior a esse tempo.

Ainda de acordo com a reportagem, apesar de ter voado em 2014 tempo suficiente para pagar à Helisul R$ 2.518.535, Beto Richa desembolsou R$ 3.387.885. Nos meses de junho e novembro, o governador voou além das 40 horas, o que resultou em um gasto de R$ 637.885. Já em fevereiro, por exemplo, apesar de ter voado o correspondente a R$ 86.281, o chefe do Palácio Iguaçu repassou à Helisul R$ 275 mil — uma diferença de R$ 188.719.

“O governador gasta uma fortuna, que daria para comprar um jato e um helicóptero e toda sua manutenção durante os cinco anos em que estes dois equipamentos serão locados”, declarou o líder do PMDB na Assembleia.

Nereu Moura destacou também que os donos das empresas que participaram da licitação para o serviço têm o mesmo sobrenome. A companhia vencedora, a Helisul Taxi Aéreo Ltda., é a mesma que mantinha com o Executivo locação de aeronaves sem contrato e acabou obrigada pela Justiça a devolver R$ 2 milhões.

Nereu Moura encaminhou ao Ministério Público, ainda em 2016, documentos para a abertura de uma investigação.