terça-feira, novembro 28, 2017

Ministério Público diz que jurados que absolveram policiais foram pressionados durante julgamento

Ministério Público do Paraná (MP-PR) entrou na Justiça com um recurso contra o resultado do julgamento que absolveu 13 policiais militares acusados de matar cinco suspeitos de roubar um carro, em Curitiba. Os policiais foram a júri popular no começo de outubro. Depois de seis dias, os jurados decidiram absolvê-los, por maioria dos votos.

Um dos motivos alegados pela promotoria para o recurso é de que, na visão do MP-PR, os jurados foram pressionados durante o julgamento para decidirem a favor dos policiais. Conforme os promotores, durante os dias do júri, vários colegas dos acusados foram ao tribunal, inclusive fardados, o que pode ter intimidado alguns dos participantes.

A defesa dos policiais informou que só teve acesso ao teor do recurso do MP-PR no fim da tarde desta segunda-feira (27) e que ainda precisa analisar o documento para se posicionar.

Entenda o caso

Em setembro de 2009, os policiais envolvidos afirmaram que viram um carro furtado e iniciaram uma perseguição. De acordo com eles, o veículo furou um bloqueio e acabou batendo no muro de uma trincheira, no bairro Alto da Glória, em Curitiba.

Os policiais contaram que, após o acidente, cinco jovens desceram do veículo e começaram a atirar. No confronto, os jovens teriam sido atingidos. Eles foram levados ao hospital pelos policiais, mas já chegaram mortos.

Cerca de 40 dias depois, um inquérito feito pela própria Polícia Militar apurou que a versão dos policiais era mentirosa. A investigação apontou que os jovens se renderam depois de baterem o carro e não atiraram. O grupo foi algemado e levado para as viaturas.

O aparelho rastreador instalado nos carros da PM apontou que, antes de irem ao hospital, os policiais pararam em um terreno baldio, no bairro Atuba, também em Curitiba. Nesse local, eles teriam matado os jovens. Dois deles eram menores de idade.

A acusação envolveu 14 policiais. No entanto, um deles morreu no decorrer do processo. Os outros 13 foram acusados no processo e absolvidos em primeira instância.