segunda-feira, novembro 27, 2017

Com duas vagas, Paraná terá disputa acirrada pelo Senado

Com duas vagas em jogo, a eleição para o Senado no Paraná no ano que vem deve gerar uma disputa acirrada envolvendo desde nomes de peso da política estadual até novatos e estreantes com potencial para atrair o eleitorado descontente com a crise que atinge as siglas e lideranças tradicionais. No primeiro caso estão desde o governador Beto Richa (PSDB) e o senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB), além do ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), todos com longa carreira e experiência eleitoral. No segundo, estão estrelas em ascensão, como o coordenador da operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, a deputada federal Christiane Yared (PR) e o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), que podem surpreender se conseguirem capitalizar o desgaste dos políticos e legendas que ao longo dos últimos anos têm se revezado na representação do Estado na “Câmara Alta”. 

Oficialmente, Richa ainda não definiu se serão ou não candidato. Na prática, ele tem agido como tal, adotando discurso e comportamento típico de quem pretende entrar na disputa, percorrendo o Estado distribuindo recursos para projetos e obras nos municípios. Recentemente, o governador sinalizou mais claramente a possibilidade de deixar o cargo em abril do ano que vem para se candidatar ao senador, sob a alegação de que isso seria importante para garantir um palanque para um futuro presidenciável tucano no Paraná. Caso isso se confirme, assume o governo a vice-governadora Cida Borghetti (PP), pré-candidata ao Palácio Iguaçu com o apoio do marido, o ministro da Saúde Ricardo Barros (PP). 

Richa terá ainda o desafio de definir quem apoiará para sua sucessão sem provocar um “racha” em sua base política, já que além da vice, também se coloca como candidato ao governo em seu grupo o deputado estadual e ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior. Além disso, aliados do governador trabalham por uma aliança com o ex-senador Osmar Dias (PDT), outro pré-candidato ao governo. 

Expulsão - Três vezes governador, Requião tem se colocado como pré-candidato a um quarto mandato no Palácio Iguaçu. Mas aliados e pessoas próximas ao peemedebista apostam que ele tende a disputar a reeleição para senador, que seria menos difícil do que uma nova tentativa de voltar ao comando do Palácio Iguaçu. 

Em qualquer cenário, ele corre o risco ainda de ter que escolher outra legenda, já que a direção nacional do PMDB abriu um processo para expulsá-lo do partido por sua postura de oposição ao governo do presidente Michel Temer (PMDB). Se a expulsão se confirmar, será a primeira vez desde os anos 80, quando iniciou sua carreira política como deputado estadual, que Requião disputará uma eleição por outra sigla. O que pode ser um complicador, já que dificilmente ele encontrará outra legenda que lhe garanta tempo na propaganda de rádio e televisão e infraestrura que tem no PMDB. 

Outro nome tradicional que pode entrar no páreo para o Senado é o do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) – que rompeu com Requião na eleição de 2014 – e hoje ocupa a presidência do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) por indicação de Richa. Ele aposta na expulsão de Requião para assumir o comando do PMDB paranaense e buscar uma aliança com o grupo do atual governador, mas também não descartar mudar de partido para concorrer.
Completando a lista está o ex-prefeito Gustavo Fruet, que apesar de não ter conseguido ir para o segundo turno da eleição da Capital em 2016, mantém uma base política considerável e é visto como um potencial nome forte para o Senado em uma coligação encabeçada por Osmar Dias. Aos mais próximos, ele tem dito, porém, que o mais provável é que tente retornar à Câmara Federal no ano que vem.