Em 29 de setembro de 1979, rotarianos e representantes do Ministério da Saúde das Filipinas acompanharam voluntários durante a vacinação de crianças contra a paralisia infantil em Manila. Ao pingar as primeiras gotas da vacina na boca de uma criança, James Bomar Jr., então presidente do Rotary, lançou oficialmente um projeto para imunizar as crianças das Filipinas contra a poliomielite, dando também início ao primeiro Subsídio 3H.
Ele e o ministro da saúde, Enrique Garci, assinaram um acordo no qual o Rotary International e o governo filipino se comprometeram a imunizar cerca de seis milhões de crianças contra a pólio durante vários anos, a um custo de US$760.000. O sucesso deste projeto abriu caminho para a nossa maior prioridade: a erradicação global da pólio. Como resultado do nosso empenho e dedicação ao longo dos anos, mais de 2,5 bilhões de crianças foram vacinadas. Desde o lançamento da campanha Pólio Plus, em 1985, houve uma queda de 99% no número de casos da doença em todo o mundo, sendo que o vírus só continua endêmico em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão.
O Brasil foi um dos primeiros países a erradicar a poliomielite com estratégias de vacinação. A primeira campanha nacional foi realizada em 1980. Até a década de 1970, registravam-se cerca de dois mil casos da doença por ano no Brasil. O último caso brasileiro aconteceu em 1989, na Paraíba. Desde 1994, o país mantém o certificado emitido pela OMS de erradicação da doença.
Anualmente, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, em parceria com estados e municípios, por intermédio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Apesar de o Brasil não ter mais registro de casos, é importante manter campanhas anuais, pois o poliovírus, causador da enfermidade, pode ser reintroduzido no país já que ainda existe circulação no mundo.
PREVENÇÃO
O Brasil é um dos únicos países da América Latina – ao lado da Argentina e Uruguai – que já iniciou a substituição da vacina contra pólio, da forma oral para a injetável. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a nova forma de imunização seja utilizada de forma exclusiva quando a doença for erradicada em todo o mundo. "Vale ressaltar que não existe tratamento para a poliomielite. A prevenção é possível apenas pela vacina, que protege contra os três sorotipos do poliovírus. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Ela é recomendada mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia", esclarece Maierovitch.
SOBRE A DOENÇA
A poliomielite é uma doença viral, causada por poliovírus e subdivide-se em três sorotipos (1, 2 e 3). É altamente contagiosa, e afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas da doença (febre, fadiga, cefaleia, vômitos, rigidez no pescoço e dores nos membros), mas excretam o vírus em suas fezes, portanto, podem transmitir a infecção para outras pessoas.
Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local, favorecem a transmissão. O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de sete a 12 dias, podendo variar de dois a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.