Nos últimos dias, a questão das drogas, em especial o vício em crack, voltou às manchetes de jornais de todo o país após a revelação do caso de Andreas, irmão de Suzane von Richthofen, e as polêmicas ações da Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia. Não é só na capital paulista, porém, que a epidemia das drogas vem causando estragos.
No Paraná o número de flagrantes de consumo e uso de drogas bateu recorde em 2016.
De acordo com os relatórios estatísticos da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-PR), foram 12.310 ocorrências registradas no ano passado no Paraná, das quais 2.509 em Curitiba. O número representa um aumento de 71,3% no número de registros no estado e de 49,4%% na Capítal na comparação com 2012, primeiro ano da série histórica, quando haviam sido 7.187 e 1.680 registros, respectivamente.
Epidemia afeta maioria dos municípios do Estado
Dos 399 municípios paranaenses, pelo menos 346, enfrentam problemas relacionados à droga, o que corresponde a 86% das cidades do Paraná. Os dados são do mapeamento do Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o qual revela ainda que 93 municípios do estado sofrem com problemas graves relacionadas com a droga, enquanto outros 164 apresentam problemas de nível médio. Apenas 16 cidades do Paraná, segundo a CNM, não apresentam problemas com o crack. O detalhe é que 37 cidades, entre elas Curitiba, não responderam o questionário.
A Confederação também mapeou a rede de apoio aos usuários nos Estados e os números não são nada animadores. No Paraná, apenas cinco dos 399 municípios têm Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e somente 28 cidades do Paraná tem Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), contra 371 sem a estrutura. No caso de Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS), apenas duas cidades das 399 possuem este tipo de atendimento.