
Entre todas as carreiras da Polícia Civil, a que enfrenta maior defasagem no Paraná é a de escrivão. São 1,4 mil vagas criadas pelo governo do estado, das quais apenas estão 718 preenchidas. Não há dados consolidados sobre a distribuição desses profissionais pelo estado, mas fontes consultadas pela Gazeta do Povo apontam que, como de costume, o fenômeno causa mais transtornos no interior.
A importância dos escrivães reside no fato de eles serem responsáveis por formalizar todos os procedimentos de investigação, conduzidos pelo delegado e investigadores. Basicamente, eles dão andamento ao cartório das delegacias, efetivando o despacho e entrada de documentos. “Os escrivães estão transtornados, porque os mais sobrecarregados somos nós”, definiu o presidente do Sindicado dos Escrivães do Paraná (Sindespol), Airton Carlos Fernandes.
Para amenizar a escassez desse tipo de profissional, delegacias de cidades pequenas recorrem a uma saída improvisada: a nomeação de escrivães ad hoc, que são funcionários de outras instâncias cedidos às delegacias.
Além da falta de delegados e escrivães, o relatório de ocupação de cargos da Polícia Civil aponta que a corporação conta com 2,8 mil investigadores, mas o número de cargos criados é de quase 4,4 mil. “Em muitas cidades do interior, o único policial civil que tem é o escrivão. Então os escrivães acumulam as investigações, se utilizando do apoio da PM [Polícia Militar]”, apontou Airton Carlos Fernandes.