sábado, novembro 09, 2019

VERGONHA - Médicos especialistas do CISGAP são dispensados nos meses finais de 2019 por falta de orçamento

No último dia 15 de outubro médicos especialistas do CISGAP (Consórcio Intermunicipal de Saúde) receberam um memorando da direção executiva do órgão afirmando que não seriam mais agendadas consultas de suas respectivas especialidades devido “a necessidade de adequar a disponibilidade financeira e orçamentária do Consórcio no encerramento do exercício do ano de 2019”, como consta no documento, que pode ser conferido abaixo.

O CISGAP contava com uma previsão orçamentária inicial de R$ 10.510.584,64 para este ano, tendo uma atualização de receita, o que elevou o valor para R$ 14.168.584,64. Houve um déficit de R$ 1.965.052,74 e, até o momento, já foram empregados R$ 10.476.719,75.

Para contornar o problema, a solução foi cancelar o agendamento de consultas de especialidades para os meses de novembro e dezembro, dispensando os profissionais e adequando os recursos orçamentários restantes. Ao todo, o CISGAP atende 17 especialidades distribuída entre 35 médicos, e foram encerrados os atendimentos para Ortopedia, Endocrinologia, Otorrinolaringologia, Dermatologia e Cirurgia Geral na cidade de Guarapuava.

“Nós contávamos com um recurso federal, por esse motivo conseguimos fazer mais consultas e exames nos meses iniciais. Conseguimos quase zerar algumas listas de espera, que foram justamente essas que tiveram as agendas canceladas para os dois meses finais deste ano”, explica a diretora executiva do Consórcio, Eliane Dranca.

Segundo ela, as especialidades foram estudadas, de maneira a priorizar, dentro do orçamento reduzido, as que tivessem uma fila de espera maior ou poucos especialistas para a modalidade. “Os nossos especialistas também atendem a demanda das Unidades Básicas de Saúde nos três municípios, e dependendo da especialidade, existe apenas um profissional prestando atendimento para toda a população”, pontua Eliane.

Outro ponto destacado pela diretora executiva foi a questão do “novo consórcio” que “está em impasse com o Governo e sem evolução”, o que acaba prejudicando o repasse de recursos.

O comunicado fixado para a população alerta que as agendas, tanto de novembro quanto de dezembro, estão com a cota de consultas preenchidas. Quem precisar de atendimento no órgão terá de aguardar janeiro de 2020, quando os agendamentos serão retomados.