sábado, agosto 31, 2019

Delegado da Polícia Civil é preso cultivando maconha

Uma estrutura montada para cultivar maconha de alto padrão e traficá-la em Belo Horizonte, tudo enquanto deveria coordenar as investigações da Polícia Civil na Região de Venda Nova.

Em entrevista coletiva concedida na noite desta quinta-feira (29), o corregedor-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Ferreira, deu detalhes de como o delegado lotado na Região de Venda Nova, em BH, cultivava maconha na cobertura de um prédio localizado no Bairro Itapoã, na Pampulha.

Segundo Luiz Carlos Ferreira, a Polícia Militar agiu depois de receber uma denúncia anônima, diante do forte cheiro de maconha vinda do apartamento.

"Os policiais militares, ao tomarem conhecimento (da denúncia), foram verificar in loco se realmente havia esse plantio. Eles entraram no imóvel ao lado da cobertura e pelo muro verificaram os pés de maconha. Quando souberam que era um delegado, nos acionaram imediatamente e assumimos a ocorrência", explicou.

Logo que arrombaram o imóvel, os militares encontraram duas pessoas: o delegado e um enteado dele, de 20 anos. Eles tentavam fugir, mas foram detidos antes de conseguirem escapar.

No apartamento, os militares encontraram adubo, terra, vasos, materiais para divisão do produto para venda, sementes de maconha e 35 pés da mesma droga, além do entorpecente já pronto para consumo.

"A estrutura da cobertura foi adaptada com ar-condicionado, estufa, exaustor e filtro, para que houvesse a secagem, cultivo e que não exalasse cheiro para a vizinhança", detalhou Luiz Carlos Ferreira.

Dois litros de óleo extraído da maconha, de alto custo no mercado, também foram apreendidos.

“A perícia encontrou a maconha em óleo que é raro de achar e tem um alto poder de surtir os efeitos da substância. É de alto custo. Uma grande quantidade, aproximadamente dois litros. Segundo orientação dos peritos, poucas gotas (do líquido) são necessárias para alcançar o mesmo efeito dos cigarros”, disse o corregedor-geral Luiz Carlos Ferreira.

O homem detido está preso na Casa de Custódia da Policial Civil, no Bairro Concórdia, na Região Nordeste da cidade, onde vai responder pelo crime junto à corregedoria da corporação.

Histórico

O delegado preso está na Polícia Civil mineira há 14 anos. Ele já passou por outras instituições de segurança pública de diferentes estados da federação e alega que todo o material apreendido era para consumo próprio. A corregedoria, no entanto, não se posiciona diante da afirmação dele.

Ainda segundo o corregedor-geral Luiz Carlos Ferreira, o acusado tem em seu registro “problemas correcionais”, mas que são de “menor gravidade”, sem relação com tráfico de drogas. Ferreira, no entanto, não deu detalhes que delitos são esses nem quando eles foram cometidos.