domingo, março 17, 2019

PM do Paraná diz que feminicídio é 'questão familiar´; deputada federal rebate

O assassinato a facadas de Daniela Eduarda Alves, em 14 de janeiro, após uma briga com o marido Emerson Bezerra, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, repercutiu nacionalmente. O motivo é que uma vizinha da vítima denunciou que fez pelo menos oito ligações à polícia para comunicar as agressões e que houve demora no atendimento e por isso, Daniela teria sido morta. Segundo o registro de chamados, a primeira ligação dos moradores para a polícia ocorreu 1 hora da madrugada. Emerson matou Daniela à 1h40. De acordo com a própria polícia, a viatura chegou ao local do crime somente às 2h20. Uma entrevista do tenente-coronel da Polícia Militar Manoel Jorge dos Santos Neto à RPC TV, em Curitiba, piorou ainda mais a imagem da corporação. "Foi uma briga de casal. Há uma necessidade de atendimento prévio que a família por certo também sabia”, disse. É uma questão familiar”, disse PM sobre feminicídio no Paraná O caso está sob investigação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e uma sindicância foi aberta na Polícia Militar. 

“É óbvio, a vida da Daniela se foi, nós não temos como trazê-la de volta, a Polícia Militar está consternada com este fato. Tanto que desde a época que o fato ocorreu, nós tomamos medida de melhorar esse atendimento, a nossa tábua de prioridade obviamente que vai ser melhor. Mas veja, é uma questão de atendimento familiar. Se o marido mata a esposa, infelizmente é uma questão familiar que daí se torna um crime”, disse o tenente-coronel.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) postou em suas redes sociais uma mensagem, na qual demonstrou sua revolta com a declaração sobre a demora da corporação em atender ao chamado.

‘“Se o marido mata a esposa, infelizmente é uma questão familiar”’. Afirma autoridade do governo do Paraná justificando a demora em atender denúncia de vizinhos de q mulher estaria sendo morta! 8 ligações foram feitas! O nome dela era DANIELA e deixa uma filha. Incompetentes!”, desabafou a parlamentar.