O Ministério Público encaminhou no último mês as alegações finais no processo que apura a responsabilidade de Marcos do Carmo Rocha, pai do menino Vrajamany no caso onde o garoto foi atacado por um tigre, no zoológico de Cascavel, em julho de 2014.
O menino ultrapassou a cerca de proteção e ofereceu ossos de frango ao animal. O tigre atacou o garoto puxando o braço para a jaula. Os ferimentos foram tão graves que geraram a amputação do membro na altura do ombro.
O entendimento do MP é que o homem deve ser condenado por lesão corporal. A 14ª Promotoria defende que o pai tinha o dever de alertar a criança, na época com 11 anos.
“Por mero descaso, ou até mesmo, como dito por algumas testemunhas, por achar ‘bonito’, optou por não agir de acordo com o dever de cuidado exigido, impedindo a aproximação da vítima, seu filho, da jaula do animal.
Nota-se que, conforme apurado nos autos, no dia dos fatos narrados o acusado permitiu que seu filho brincasse dentro da área proibida (a qual é sinalizada expressamente através de placas) que separa os animais perigosos da área de circulação dos visitantes, não o impedindo em nenhum momento a aproximação da vítima da jaula, bem como, o incentivando a aproximar-se para poder fotografá-lo”.
Várias testemunhas foram ouvidas no processo. Pessoas que trabalhavam no zoológico e também visitantes relataram que alertaram o pai sobre o perigo. O acidente ocorreu no final da tarde, mas, horas antes o menino já havia sido visto no local proibido.
“Isso não e um brinquedinho de pelúcia que a acriança pode acariciar, é um animal selvagem”, disse uma das testemunhas ao ver o garoto brincando com o leão.
Todos disseram que o pai não deu ouvidos e dizia não haver problema.
Quem trabalha no zoológico destacou que cerca de proteção fica a uma distância que impossibilita qualquer pessoa que colocar a mão na grade da jaula e que nunca houve outros casos de problema.