domingo, novembro 04, 2018

Restos mortais de detento morto em rebelião devem ser liberados após quase um ano

Pouco antes de completar um ano da rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para liberação dos restos mortais de Tiago Gomes de Souza foi finalizado e divulgado. Tiago era detento da PEC e foi decapitado durante a rebelião. A mãe do preso fez o reconhecimento da cabeça, que foi liberada para o sepultamento na época, mas o que restou do corpo, um fêmur, seguia no IML.

O homem foi torturado, morto, decapitado, e teve o corpo queimado no motim, que durou cerca de 43 horas. Na perícia no presídio, o fêmur de Tiago foi localizado e o material genético para comprovar que o osso pertencia ao detento foi enviado para o Laboratório Central do Estado. O processo, no entanto, foi demorado, e somente agora, com o laudo do IML, o corpo deve ser liberado para a família.

Em uma audiência, poucos dias antes da rebelião, Tiago, que cumpria pena por assalto e estupro, foi ouvido pela Vara Criminal de Cascavel. No depoimento, o detento afirmou que, ao saber da rebelião, ele e outros três presos de cela colocaram fogo em colchões, para que fossem levados para a sessão de isolamento, onde acreditavam que estariam mais seguros.

Rebelião

O motim começou no dia 9 de novembro de 2017, quando detentos renderam três agentes e tomaram a unidade. Além de Tiago, outro detento morreu, e 33 ficaram feridos.

2014

Em 2014 outra grande rebelião foi registrada na PEC. Cerca de 90% da unidade foi destruída e foram investidos R$ 1,5 milhões para a reconstrução. Cinco presos morreram.