Professores da Rede de Ensino Alfa avaliam perfil do Exame e dão conselhos para os estudantes que vão encarar a prova nos dias 3 e 10 de novembro
Dizem que ela é quase uma prova de resistência. Não é por menos, a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) tem um formato bem característico: no primeiro dia, o candidato precisa escrever uma redação e resolver 45 questões de Linguagens e Códigos e 45 questões de Ciências Humanas em 5h30 de duração. Na segunda etapa, 45 questões de Matemática e 45 questões de Ciências da Natureza, com um tempo máximo de 5h. Em 2019, essa “maratona” vai ser enfrentada por mais de 5 milhões de inscritos, em dois domingos consecutivos: 3 e 10 de novembro.
Nessa reta final de preparação, alguns detalhes precisam ser priorizados para que os estudantes possam ter o melhor desempenho. No caso do Enem, a redação tem um grande peso e, por isso, o candidato precisa dominar bem o gênero textual exigido, que é a dissertação argumentativa. “Precisa saber argumentar, expor as ideias, saber contextualizar com fatos históricos, textos filosóficos, literários, relatos do cotidiano. E, no final, saber sugerir uma resolução para o problema. Fazer essa relação com o tema da redação conta muita nota, demonstra que ele domina o conteúdo proposto”, aconselha Adonis Luiz Ribaski, professor de Gramática e Literatura da Rede de Ensino Alfa.
Avaliando o perfil das provas anteriores, os professores observam que as temáticas devem seguir a mesma tendência, sempre voltadas para os problemas sociais brasileiros. É só relembrar alguns assuntos já abordados (intolerância religiosa, lei seca, violência contra a mulher...) para verificar que o Enem leva muito em conta aquilo que está nos noticiários. “O candidato precisa saber o que está acontecendo no Brasil, e levando em conta os desafios da população brasileira neste ano alguns assuntos podem cair: o mal do século que é a depressão e o combate dessa doença; a obesidade; a questão das vacinas e da volta de doenças que já tinham sido erradicadas, além das questões ambientais, queimadas e preservação do meio ambiente. Temos um assunto clássico também que pode ser abordado: redes sociais. E esse tema se ramifica: bullying, discurso de ódio... O candidato tem que estar por dentro disso tudo”, analisa o professor.
Mas fazer uma boa redação dentro das regras gramaticais, com coesão, coerência e sem fugir do tema, é só uma etapa. Para as questões de Matemática, a recomendação também é saber integrar os conteúdos, já que essa é uma prova com estilo interdisciplinar. “É uma prova de assuntos do dia a dia que se utilizam da Matemática para resolução. Os conteúdos principais são: porcentagem, proporcionalidade, interpretação gráfica, além de funções de 1º e 2º grau. Como essa é uma prova extremamente contextualizada, vale o aluno reforçar conceitos de estatística, matemática financeira e as geometrias plana e espacial”, recomenda Felipe Kiolo, professor de Matemática da Rede de Ensino Alfa.
Planejamento para otimizar o tempo: o grande diferencial no Enem
As questões já não são mais tão simples e diretas como há 10 anos. Houve um aumento da dificuldade, até por conta da pressão das universidades que utilizam a nota do Enem, mas o grau de complexidade não deve variar muito do que já foi encarado de 2017 para cá. É o que avalia o professor Felipe Kiolo que também acredita que, nesse momento de véspera, os estudantes precisam focar no planejamento para otimizar o tempo de prova.
“A melhor maneira de se preparar para o Enem é criando resiliência. Não é uma prova que vai prender o aluno pela dificuldade e sim pelo tempo de duração. Ele precisa estar preparado para ficar até o último minuto, priorizar as questões fáceis e só depois ir para as mais elaboradas. Sugiro que ele agora pegue o Enem do ano anterior e faça, mas não de maneira aleatória, mas sim que ele sente e se proponha a ficar ali 2h15min para testar fazer todas as questões nesse tempo, dessa forma o processo vai ser o mais próximo do que ele vai encarar no dia”, orienta.
