segunda-feira, março 26, 2018

Beto Richa negociou até o fim sua saída do Palácio


Beto Richa negociou longamente sua saída do governo no próximo dia sete. Pois sabia que, além de seus interesses pessoais, havia muito mais coisa em jogo. E que, se ele tinha algo a perder, havia gente que tinha muito mais a ganhar. E se tem algo que um político não perde jamais é uma boa oportunidade de barganha.

Na negociação com Ricardo Barros e Cida Borghetti, que viam no Palácio Iguaçu uma necessidade para levar adiante seus planos de dominação do mundo, Richa usou de paciência e se fez de desinteressado. Cozinhou o galo e deixou tudo para a última hora, quando o sujeito do outro lado do balcão aceita qualquer oferta que lhe for feita.

Ninguém está falando aqui que houve negociação financeira. O que em geral entra nesse tipo de acordo são instrumentos que garantam as futuras eleições de cada lado. Beto Richa, por exemplo, certamente não queria perder o comando de todo o governo: quer manter alguns aliados em postos-chave para disputar o Senado.

Questionado sobre como foi o acordo final, um dos aliados mais próximos de Richa diz não saber quais foram “os termos da rendição”. Descobriremos parte deles nos próximos dias, quando Cida anunciar seu secretariado – e os comandos de certos núcleos das secretarias no interior.

A dúvida maior, porém, é se os dois combinaram de ir juntos na eleição. Ou seja: se Beto de fato rifou Ratinho Jr., assim, na cara dura. Isso poderia levar a uma completa mudança no quadro eleitoral. Até porque, segundo consta, Ricardo Barros estaria abocanhando quase todos os partidos que poderiam ir para o lado de Ratinho, até o PSC.

E, embora não se esteja falando de dinheiro, não custa lembrar que Barros é tesoureiro nacional do Progressistas. E que os candidatos de sua chapa (Richa, inclusive?) terão acesso a dinheiro público numa campanha em que verba será um problemão e tanto…