Quando a usina hidrelétrica de Itaipu foi construída, entre 1970 e 1980, centenas de indígenas Avá-Guarani tiveram que sair de suas terras às margens do rio Paraná. Eles foram deliberadamente excluídos dos processos de reassentamento e reparação promovidos pelo Estado. Enfrentaram décadas de vulnerabilidade, vivendo em espaços reduzidos, sem acesso à caça, à pesca e à agricultura.
Agora, após uma ação movida pelo MPF, foi celebrado um acordo emergencial para garantir a aquisição de três mil hectares de terras rurais para as comunidades indígenas afetadas. A área, equivalente a três mil campos de futebol, vai custar R$ 240 milhões, que serão custeados pela Itaipu Binacional, responsável pela usina.
O acordo prevê ainda a recuperação ambiental das terras e a garantia de serviços de água potável, energia elétrica e saneamento, além da construção de escolas e unidades de saúde. As medidas buscam compensar o povo Avá-Guarani, amenizando a violência, a pobreza e a injustiça histórica enfrentadas pelas comunidades ao longo de tantos anos.
O termo de conciliação foi celebrado entre MPF, Advocacia-Geral da União (AGU), Itaipu Binacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Ministério dos Povos Indígenas.