Quem adquiriu os artesanatos foram integrantes da Fundação Vida para Todos (FVIDA), da Associação Brasileira de Amparo à Infância (ABAI), de Mandirituba, no Paraná. Uma dessas pessoas é Ines Fátima Polidoro, coordenadora pedagógica da ABAI há sete anos, que encontrou com a família de Cleverson na Feira do Largo da Ordem, onde faziam a comercialização.
Ines conta que foi em um grupo de apoio aos indígenas na luta contra o
Projeto de Lei 490/2007 – que caso aprovado fragiliza a demarcação das
terras de povos indígenas – que ficou sabendo da situação da família de
Cleverson. Ao longo dos dias, um grupo de pessoas tentou angariar
recursos para ajudar a pagar uma estadia para a família, mas segundo
Ines, a ação se tornou insustentável. “É terrível essa situação. É
desumano pensar que quem nos precedeu, quem começou essa história, é
tratado dessa forma. A invisibilidade deles dói. Aquela multidão de
gente andando, mas ninguém olha.”