sexta-feira, março 29, 2019

MP se manifesta pela manutenção da prisão de Beto Richa

Consultada sobre o pedido de liberdade feito pela defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB), a Procuradoria de Justiça Criminal se manifestou pela manutenção da prisão do tucano na operação Quadro Negro, que investiga desvios mais de 20 milhões de reais em recursos que seriam destinados a obras de reforma e construção de escolas no Paraná.

O político foi preso no dia 19 de março por decisão do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, acusado de supostamente ter agido para “comprar” o silêncio do ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini, que assinou acordo de delação premiada.

No parecer, o procurador de Justiça, Armando Antonio Sobreiro Neto, reafirma que houve tentativa de obstrução das investigações por parte de Beto Richa e aponta ainda o risco de ocultação dos recursos obtidos no esquema de corrupção por parte dos acusados. O procurador reitera que mesmo que os fatos criminosos tenham ocorrido antes da prisão, os efeitos dos desvios permanecem até hoje, já que mais de 20 mil estudantes teriam sido afetados pela não conclusão das obras em escolas estaduais.

Além de Beto Richa, ainda são réus na operação Quadro Negro o primo do ex-governador, Luiz Abi Antoun, o ex-secretário de Richa, Ezequias Moreira, o empresário Jorge Atherino e os delatores, Maurício Fanini, e o empresário Eduardo Lopes de Souza.

Para o Ministério Público do Paraná, Richa seria o chefe da organização criminosa e o principal beneficiado com o esquema de pagamento de propinas dentro da Secretaria de Educação. Desencadeada em 2015, a Operação Quadro Negro apura desvios de verba em pelo menos 14 obras.