Um acordo firmado entre a governadora Cida Borghetti (PP) e representantes de caminhoneiros, em reunião que quase quatro horas ontem, estabeleceu que o transporte de gás de cozinha, além de insumos essenciais, não será prejudicado com a greve dos caminhoneiros no Paraná. Em contrapartida, o governo se comprometeu em reduzir o valor cobrado no cálculo base de ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) sobre o diesel no Paraná, de R$ 3,20 para R$ 2,95. A redução é de R$ 0,25 sobre a base atual e deve representar uma queda de aproximadamente R$ 0,04 sobre o preço do combustível na bomba.O novo valor deve ficar congelado por 90 dias. O documento ainda precisa passar pelo aval da base.
De acordo com a proposta. o governo também deve deixar de utilizar aeronaves da Casa Militar para outras finalidades, que não relacionadas ao transporte de órgãos, emergências ou segurança pública. Também ficou definido que haverá facilitação de financiamento para renovação de frotas de caminhões, abertura de linha de crédito da Fomento Paraná e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com prazo de 60 meses para pagar, e valor de R$ 50 mil por contrato para financiamento de insumos.
A governadora afirmou que os avanços foram possíveis após quatro reuniões com caminhoneiros desde o início da greve há oito dias. “Pudemos sinalizar avanços de governo para o atendimento aos caminhoneiros autônomos, junto ao BRDE e também à Fomento Paraná, e junto à Secretaria da Fazenda e Receita Estadual, também da base de cálculo. O Paraná é um estado que tem o valor menor para essa base de cálculo, de 3,20, reduzimos para 2,95, para a base de cálculo (do ICMS), por 90 dias. Um congelamento, já determinamos aqui, um prazo de 90 dias”, anunciou.
Também foi reforçado na reunião que será mantida a passagem de insumos essenciais, como materiais e combustíveis para hospitais e serviços públicos básicos, em caminhões que estiverem identificados com adesivo da Defesa Civil. Os adesivos começaram a ser distribuídos na quarta-feira passada pelo governo. “Avançamos nessa pauta. Estabelecemos também algumas prioridades como a liberação de combustível, de diesel, para caminhões de lixo e lixo hospitalar, para que não tenhamos nenhum problema em relação ao lixo parado”, confirmou Cida.
Ela solicitou que gêneros de primeira necessidade, como o gás de cozinha, suprimentos e gases específicos para hospitais, medicamentos de uso contínuo e alimentos, além de caminhões de lixo, também não sejam bloqueados.
Uma das pautas dos caminhoneiros que ficou pendentes com o governo do Estado é relacionada a cobrança de pedágio para eixo suspenso. Os caminhoneiros querem que haja redução do valor. “O eixo é um tema também relativo às concessionárias, que o sindicato e também o movimento dos trabalhadores caminhoneiros vão fazer uma demanda às concessionárias”, delegou a governadora.
Um dos integrantes da reunião, Plinio Dias, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais, disse que as concessões do governo estadual ajudam a avançar, mas não são suficientes para acabar com a paralisação. “Para nós caminhoneiros ajuda também. Mas a gente não pode perder o foco no pedágio e no diesel e no nosso piso de frete, que é o marco regulatório”, aponta.