Após uma suspensão de quase quatro anos, o pedágio volta a ser cobrado a partir da meia-noite desta sexta-feira (27) em seis praças ao longo da BR-277, no Paraná. A retomada marca uma nova etapa na concessão rodoviária do Estado, agora sob gestão da concessionária EPR Iguaçu, e ocorre em meio a promessas de modernização da infraestrutura e maior transparência após um histórico de corrupção e ineficiência.
A cobrança de pedágios na BR-277 havia sido suspensa em novembro de 2021, encerrando um ciclo de 24 anos marcado por tarifas elevadas, poucas entregas em infraestrutura e denúncias de corrupção que culminaram em ações do Ministério Público e do Poder Judiciário. A nova concessão, agora com vigência de 30 anos, representa uma tentativa do governo estadual de reconstruir a credibilidade do modelo e destravar investimentos logísticos essenciais à competitividade do agronegócio e da indústria regional.
Das novas praças, duas estão na Região de Guarapuava, no km 388 (em Candói, Três Pinheiros) e no km 302 (Prudentópolis, no pé da Serra da Esperança).
A reativação das cobranças ocorre em meio a muitas reclamações dos usuários que trafegavam pela rodovia federal, principalmente no trecho de Guarapuava.
Nesta quinta-feira, longas filas se formaram por causa de acidentes, aumentando em mais de duas horas o tempo de viagem até Curitiba. A situação repete um problema que já se tornou crônico, por falta de duplicação, terceiras pistas e outras soluções prometidas há mais de três décadas, desde que o pedágio foi instituído no Paraná, justamente para contemplar essas necessidades. A capacidade de tolerância dos usuários já se esgotou.
Queda de barreiras e acidentes na Serra da Esperança, um dos gargalos da BR-277 na Região de Guarapuava: sucessão de problemas que, além de vítimas fatais e prejuízos econômicos, levam ao esgotamento dos usuários
O pedágio também retorna em: São Miguel do Iguaçu (km 704)
Céu Azul (km 620)
Cascavel (km 568)
Laranjeiras do Sul (km 464)
Além dessas, a EPR Iguaçu tem autorização para implantar mais três praças no prazo de até um ano: Lindoeste (BR-163), Ampére (PR-182) e Pato Branco (PR-280). Duas outras (Sede Alvorada e Mercedes), pertencentes ao Lote 5, aguardam leilão.
Os valores cobrados variam por praça e categoria de veículo. Abaixo, os intervalos tarifários principais: Veículos leves (automóveis e furgões): R$ 15,10 a R$ 17,40
Caminhões leves e ônibus (2 eixos/rodagem dupla): R$ 30,20 a R$ 34,80
Automóveis com semirreboque (3 eixos): até R$ 26,10 (rodagem simples) e até R$ 52,20 (rodagem dupla)
Caminhões com reboque (4 a 8 eixos): de R$ 60,40 a R$ 133,60
A nova estrutura tarifária busca equilibrar a arrecadação com a viabilidade econômica dos usuários, especialmente os ligados ao transporte de cargas, setor fundamental para o Oeste e Centro-Sul do Paraná.
O contrato prevê R$ 13 bilhões em investimentos, com destaque para: 462,4 km de duplicações
87,1 km de vias marginais
31,4 km de faixas adicionais
A cobertura geográfica do contrato abrange áreas estratégicas para o agronegócio, como o corredor entre Cascavel e o Porto de Paranaguá, e é vista como crucial para o escoamento de grãos, carnes e insumos industriais.
O pagamento poderá ser feito em dinheiro, cartão de débito/crédito (inserção e aproximação) ou via tag eletrônica, com benefícios tarifários. Os principais: DBT (Desconto Básico de Tarifa): 5% para todos os usuários com tag
DUF (Desconto para Usuários Frequentes): cumulativo e progressivo, com abatimentos que podem chegar a 98%, dependendo da frequência e praça utilizada
Para facilitar o planejamento dos motoristas, a EPR Iguaçu disponibiliza uma calculadora de descontos, onde é possível estimar o valor total mensal a pagar com base nas viagens previstas.
Entre o ceticismo e a expectativa
O retorno do pedágio ocorre sob o olhar atento da sociedade civil e dos usuários, ainda céticos após décadas de promessas não cumpridas. No entanto, o modelo atual, com contratos mais transparentes, metas de investimento vinculadas a auditoria externa e a inclusão de tecnologias de pagamento e atendimento, é visto como um avanço frente ao modelo anterior.
Resta saber se os compromissos assumidos serão honrados e se os ganhos de eficiência logística compensarão os custos diretos para usuários e transportadoras. O acompanhamento técnico e social da execução do contrato será determinante para o êxito – ou fracasso – dessa nova fase da concessão rodoviária no Paraná.
A cobrança de pedágios na BR-277 havia sido suspensa em novembro de 2021, encerrando um ciclo de 24 anos marcado por tarifas elevadas, poucas entregas em infraestrutura e denúncias de corrupção que culminaram em ações do Ministério Público e do Poder Judiciário. A nova concessão, agora com vigência de 30 anos, representa uma tentativa do governo estadual de reconstruir a credibilidade do modelo e destravar investimentos logísticos essenciais à competitividade do agronegócio e da indústria regional.
Das novas praças, duas estão na Região de Guarapuava, no km 388 (em Candói, Três Pinheiros) e no km 302 (Prudentópolis, no pé da Serra da Esperança).
A reativação das cobranças ocorre em meio a muitas reclamações dos usuários que trafegavam pela rodovia federal, principalmente no trecho de Guarapuava.
Nesta quinta-feira, longas filas se formaram por causa de acidentes, aumentando em mais de duas horas o tempo de viagem até Curitiba. A situação repete um problema que já se tornou crônico, por falta de duplicação, terceiras pistas e outras soluções prometidas há mais de três décadas, desde que o pedágio foi instituído no Paraná, justamente para contemplar essas necessidades. A capacidade de tolerância dos usuários já se esgotou.
Queda de barreiras e acidentes na Serra da Esperança, um dos gargalos da BR-277 na Região de Guarapuava: sucessão de problemas que, além de vítimas fatais e prejuízos econômicos, levam ao esgotamento dos usuários
O pedágio também retorna em: São Miguel do Iguaçu (km 704)
Céu Azul (km 620)
Cascavel (km 568)
Laranjeiras do Sul (km 464)
Além dessas, a EPR Iguaçu tem autorização para implantar mais três praças no prazo de até um ano: Lindoeste (BR-163), Ampére (PR-182) e Pato Branco (PR-280). Duas outras (Sede Alvorada e Mercedes), pertencentes ao Lote 5, aguardam leilão.
Os valores cobrados variam por praça e categoria de veículo. Abaixo, os intervalos tarifários principais: Veículos leves (automóveis e furgões): R$ 15,10 a R$ 17,40
Caminhões leves e ônibus (2 eixos/rodagem dupla): R$ 30,20 a R$ 34,80
Automóveis com semirreboque (3 eixos): até R$ 26,10 (rodagem simples) e até R$ 52,20 (rodagem dupla)
Caminhões com reboque (4 a 8 eixos): de R$ 60,40 a R$ 133,60
A nova estrutura tarifária busca equilibrar a arrecadação com a viabilidade econômica dos usuários, especialmente os ligados ao transporte de cargas, setor fundamental para o Oeste e Centro-Sul do Paraná.
O contrato prevê R$ 13 bilhões em investimentos, com destaque para: 462,4 km de duplicações
87,1 km de vias marginais
31,4 km de faixas adicionais
A cobertura geográfica do contrato abrange áreas estratégicas para o agronegócio, como o corredor entre Cascavel e o Porto de Paranaguá, e é vista como crucial para o escoamento de grãos, carnes e insumos industriais.
O pagamento poderá ser feito em dinheiro, cartão de débito/crédito (inserção e aproximação) ou via tag eletrônica, com benefícios tarifários. Os principais: DBT (Desconto Básico de Tarifa): 5% para todos os usuários com tag
DUF (Desconto para Usuários Frequentes): cumulativo e progressivo, com abatimentos que podem chegar a 98%, dependendo da frequência e praça utilizada
Para facilitar o planejamento dos motoristas, a EPR Iguaçu disponibiliza uma calculadora de descontos, onde é possível estimar o valor total mensal a pagar com base nas viagens previstas.
Entre o ceticismo e a expectativa
O retorno do pedágio ocorre sob o olhar atento da sociedade civil e dos usuários, ainda céticos após décadas de promessas não cumpridas. No entanto, o modelo atual, com contratos mais transparentes, metas de investimento vinculadas a auditoria externa e a inclusão de tecnologias de pagamento e atendimento, é visto como um avanço frente ao modelo anterior.
Resta saber se os compromissos assumidos serão honrados e se os ganhos de eficiência logística compensarão os custos diretos para usuários e transportadoras. O acompanhamento técnico e social da execução do contrato será determinante para o êxito – ou fracasso – dessa nova fase da concessão rodoviária no Paraná.