quinta-feira, janeiro 25, 2018

Brasil já tem registro de 53 mortes por febre amarela

Bugios são 'sentinelas' e alertam para presença do mosquito transmissor 
Nos últimos meses, a população tem voltado os olhos para as regiões Sudeste e Nordeste, onde casos de febre amarela têm sido registrados com frequência. 

O mais recente balanço, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, aponta a confirmação de 130 casos de febre amarela no País entre julho de 2017 e janeiro deste ano. Desse total, 61 ocorreram em São Paulo; 50, em Minas Gerais; 18, no Rio de Janeiro; e um, no Distrito Federal. A pasta confirmou, ainda, 53 óbitos pela doença, sendo 24 em Minas Gerais, 21 em São Paulo, sete no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. 

Entre julho de 2016 e janeiro do ano passado, mesmo período analisado pelo balanço atual, foram registrados 397 ocorrências e 131 óbitos pela doença. Embora a Secretaria de Saúde do Estado tenha recomendado que os gaúchos não se desesperem em busca de vacinação, os postos de saúde têm registrado grande movimento. "Não há motivo para pânico. 

A vacina deve ser feita prioritariamente por pessoas que moram em locais onde têm sido registrada a morte de macacos (bugios, que, como são mais sensíveis à doença, acabam tendo o papel de 'sentinelas', alertando para a presença do mosquito transmissor), ou que pretendem viajar para lá", alerta o infectologista Carlos Graeff Teixeira, do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). 

Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a campanha de vacinação fracionada começa hoje. Teixeira argumenta que diversos estudos comprovam a eficácia da dose reduzida da vacina, que pode imunizar por pelo menos um ano. "Permite que multiplique o número de pessoas que estarão imunizadas com o mesmo número de vacinas disponíveis", explica. 

Quando o surto acalmar, a pessoa que recebeu a vacina fracionada pode buscar receber a vacina plena. O infectologista ainda ressalta que a pessoa que já foi imunizada não deve se vacinar novamente.