Uma fiscalização do Procon de Guarapuava concluiu que não há fundamentos técnicos que justifiquem o aumento recente no preço dos combustíveis praticado por postos da cidade. O relatório, elaborado após denúncias de consumidores sobre possível formação de cartel, será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se abre investigação formal sobre o caso.
A apuração teve início no começo de outubro, quando o órgão recebeu diversas reclamações sobre reajustes simultâneos nos valores da gasolina e do etanol em diferentes estabelecimentos.
O PROCON notificou todos os postos para que apresentassem notas fiscais e justificativas referentes aos meses de agosto e setembro.A análise revelou que parte dos postos manteve o mesmo custo de aquisição no período, enquanto outros chegaram a comprar o combustível até mais barato em setembro. Apenas uma pequena parcela apresentou variação de até 2% no preço de compra. Ainda assim, o aumento foi repassado de forma uniforme ao consumidor final.
“Nosso papel é assegurar que o consumidor pague um preço justo e compatível com a realidade do mercado”, afirmou o superintendente do PROCON, Raphael Virmond Butenes. “Essa análise mostrou que o aumento aplicado não encontra respaldo nos custos apresentados.”
Como a suspeita de cartelização envolve crime contra a ordem econômica, o órgão elaborou um relatório técnico que agora será analisado pelo Ministério Público. O PROCON informou ainda que continua recebendo denúncias e monitorando o setor de combustíveis para garantir transparência e equilíbrio nas relações de consumo em Guarapuava.
Nenhuma entidade de classe ou representante de posto de combustível se pronunciou sobre o assunto até agora.
