segunda-feira, julho 07, 2025

DER pode despejar 54 famílias em Palmeirinha , devido a OBRA de duplicação da PR-466 entre Guarapuava a Pitanga ...veja caso

 O anúncio de desalojamento de 54 famílias residentes na faixa de domínio da PR-466 expõe uma contradição dolorosa no modelo de desenvolvimento que ainda vigora no Brasil. 

Destas famílias, 28 vivem no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava, muitas ali estabelecidas desde a década de 1970 e pagando IPTU regularmente. Situação que revela não apenas uma relação de pertencimento, mas também a própria omissão do poder público ao permitir, por décadas, a consolidação dessas moradias sem resolver a situação fundiária.

A notificação inicial previa um prazo de apenas 30 dias para a saída. Após reunião com o DER, deputados e moradores nesta sexta (5), o prazo foi ampliado para 49 dias. Mas a ampliação é meramente paliativa diante da realidade de famílias de baixa renda, que precisam não apenas desocupar a área, mas também encontrar outro teto em meio ao mercado imobiliário restrito e caro. Segundo a deputada estadual Cristina Silvestri, que acompanha o caso, “esse prazo é inadmissível. Como famílias de baixa renda vão sair da casa, alugar outra moradia? É um tempo muito curto”.

A ausência de previsão de indenização agrava o cenário, negando direitos básicos em nome de uma lógica puramente técnica de desapropriação e segurança viária. A duplicação da rodovia é, sem dúvida, essencial para o desenvolvimento da região e para a segurança de milhares de motoristas. Há anos, a PR-466 é palco de acidentes fatais, e a obra atende a uma demanda histórica. Mas isso não justifica a negligência social.