sexta-feira, outubro 26, 2018

Rossoni RELATA porque PERDEU a ELEIÇÃO mesmo fazendo 72MIL VOTOS no Paraná

             
“Vou calçar minhas botinas, colocar meu chapéu de pano e cuidar da minha indústria”. Essa afirmação foi feita pelo deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), durante entrevista coletiva nesta sexta feira (26), em Curitiba. 

A resposta foi dada a um dos jornalistas depois de observar que o deputado vivia o pior momento da sua vida política, numa referência à derrota sofrida nas urnas, afirmação que foi contestada pelo parlamentar. “Vivo o meu melhor momento” e deu a entender que cuidará dos seus negócios particulares após o final do atual mandato.

A pauta da entrevista, porém, foi a Operação Quadro Negro, na qual o deputado foi envolvido. Rossoni nega qualquer participação nos desvios de recursos pagos para a construção e reformas de escolas no Paraná e denuncia a negligência do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) nas tornozeleiras eletrônicas usadas em envolvidos na Operação.

Na questão dos aditivos para o pagamento da Construtora Valor, em obras que não estavam concluídas, o deputado repassa a responsabilidade ao próprio Governo do Estado, mandato do ex-governador Beto Richa. Segundo Rossoni, o pagamento de oito aditivos para essas obras à Construtora Valor, passou por 12 instâncias e quatro procuradores do Estado.

“Esses aditivos foram pedidos pela Sude [Superintendência de Desenvolvimento Educacional], passou pela Casa Civil, pelo Gestão de Administração Fiscal, composto por cinco secretários, incluindo a Educação e a Fazenda, e o próprio Conselho pediu para aditivar as obras que não foram construídas”. O deputado falou, também, que em 2014 o Estado passou por dificuldades financeiras, não tendo recursos para pagar a folha de pagamento e pedia que todos economizassem.

A ação, protocolada depois de dois anos de investigações, é parte da Operação Quadro Negro, que apura o desvio de mais de R$ 20 milhões de obras de escolas públicas do estado. Rossoni lembrou que na época era presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

“Cerca de R$ 600 milhões foram devolvidos pela Assembleia. Esse dinheiro todo é requisitado pelo Estado e vai para um caixa único e é distribuído às secretarias”.

De acordo com o Ministério Público, porém, ele e o deputado Plauto Miró providenciavam a entrada de recursos nos cofres do poder público sob a promessa de que receberiam contrapartida financeira para isso. As investigações também apontaram que Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), o protagonista dos desvios de recursos, seguia ordens do ex-governador Beto Richa, que seria o principal beneficiário do esquema. Para o MP, as investigações apontaram, em especial, com base nas delações de Eduardo Lopes de Souza e Maurício Fanini, que os aditivos foram desnecessários e fraudulentos.

“A ação civil pública tem 15 testemunhas e nenhuma citou o meu nome. Quem citou foi o delator que é desonesto”, disse ao referir-se a Eduardo Lopes de Souza, a quem disse ter visto apenas duas vezes. “Encontrei com ele uma vez no meu escritório em Bituruna porque ele não estava atrasando o pagamento de fornecedores. E a segunda vez foi no meu gabinete parlamentar na Assembleia. Ele estava lá com engenheiros de Bituruna e tentava convencer a engenheira para que assinasse a medição sem estar terminada”. Rossoni disse que isso não foi permitido.

DENÚNCIA

A denúncia anunciada pelo deputado federal Valdir Rossoni é de que o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) não está fiscalizando o uso de tornozeleiras eletrônicas, principalmente, por parte dos envolvidos na Operação Quadro Negro.

“O Depen não está cumprindo as determinações que a justiça que exige do delator. Ele [Eduardo] está infringindo a lei há muito tempo”.

Segundo Rossoni, Eduardo não trabalha há cinco anos e vive nos melhores restaurantes e shoppings de Curitiba e São Paulo. “Que milagre é esse? Será que não sabem onde está o dinheiro que foi desviado?”, insinuou.