O ex-governador Beto Richa (PSDB) foi transferido nesta manhã para o Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Preso na semana passada, em desdobramento da Operação Lava Jato, o tucano estava no Regimento de Polícia Montada da PM, no bairro Tarumã.
A transferência foi autorizada pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, para “garantir a efetividade da ordem de prisão preventiva”. Até então, Richa tinha acesso ao que poderiam ser consideradas “regalias”, em relação à alimentação, visitas, banhos de sol e acesso a comunicação.
O Regimento de Polícia Montada não é, de fato, o espaço ideal para receber detentos. O local costuma servir de passagem para presos provisórios. O juiz Paulo Sérgio Ribeiro ainda destacou, no despacho que autorizou a transferência, que foi a própria defesa do ex-governador quem negociou a ida do tucano para a Cavalaria. Essa escolha é de responsabilidade exclusiva da autoridade que determina as prisões.
O magistrado também argumentou que a prisão preventiva do político foi determinada para que ele não interferisse nas investigações – como teria tentado, segundo o MPF, em agosto do ano passado, ao tentar influenciar no depoimento de uma testemunha-chave. Para a Justiça Federal, a prisão preventiva não seria efetiva, neste caso, se Beto Richa continuasse detido em um local com acesso a telefonemas sem restrições.
A defesa do ex-governador defendia a manutenção da prisão no Regimento de Polícia Montada em respeito à “dignidade do cargo que ocupou” entre 2010 e 2018. O juiz Paulo Sérgio Ribeiro não acatou o apelo, afirmando que a vida pregressa não garante prerrogativas.
A transferência de Beto Richa para o CMP ocorreu de forma tranquila. Dois carros da Polícia Federal chegaram à Cavalaria da PM às 09h40. Cerca de 20 minutos depois, as viaturas deixaram o prédio. Antes das 10h30 o ex-governador chegava ao complexo de Pinhais.
Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Beto Richa ficará na 6ª. galeria do presídio – a ala destinada à prisão especial, onde ficam outros detentos da Lava Jato, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Antes de se juntar aos demais presos, o tucano passará pelo período de adaptação padrão. Durante cerca de um mês Richa ficará isolado e não receberá visitas, a não ser dos advogados.
